quinta-feira, 26 de maio de 2011

Drink do Demônio !

Drink do Demônio
Zumbis do Espaço

Eu bebo a noite inteira em todas as noites.
Rum e wisky me faz sentir o açoite.
Cerveja e tequila me tiram todo o sono.

Mais uma dose mais um litro.
Mais um drink do demônio.

Pode vir da Tailândia, Singapura ou Berlim.
Controla o meu corpo toma conta de mim.
Correm em minhas veias encharcam meus neurônios.

Mais uma dose mais um litro.
Mais um drink do demônio.

E nós bebemos muito.
E nos sentimos bem.
O alcool nos controla e a você também.
No meio da madrugada.
Em um balcão de bar.
Eu fico esperando a próxima vítima chegar.


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Hipocrisia

Uma dos piores defeitos que uma pessoa pode ter é falta de memória, não lembra do passado, esqueceu quem foi e o que fez, mais firmão aí, não foi o primeiro nem o último que eu vou ver desse jeito aí, morô ?, essa fita é carta marcada já ! Só queria saber QUEM É VOCÊ PARA JULGAR ?

"...A gente acredita vai e se dedica mata morre por alguém,
por algo que se tem.
Porém, no escuro pelas costas vem um tiro,
fecham-se as cortinas e você não é mais ninguém...."

"...Não sou ator isso aqui não é novela
Real realidade eu faço parte dela..."

"...Eu tou falando de traição de pilantragem..."

"...Não falo de contrato eu falo de amizade
O fato é o que eu falo e o que eu faço e com cumplicidade..."

"...Em um instante tudo se perdeu
Quem é você? me responde.. quem sou eu?
O fim da linha por um erro que se cometeu
Até parece que foi sonho meu..."

Trechos extraídos da música "Sonho Meu" - Do Rapper XIS.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Demônio


“O demônio não é, de modo algum a pior coisa que existe; preferiria tratar com ele do que com muitos seres humanos. Ele cumpre os acordos melhor do que muito trapaceiro da Terra. Na verdade, quando chega a hora do pagamento, lá está ele – e, assim que soa a meia-noite, apanha sua alma e vai para casa, para o Inferno, como um bom demônio. Não passa de um negociante fazendo o que deve.”


J.N Nestroy, Hollenangst.

Clive Barker, Jogo da Perdição, Página 31 da minha edição !

quinta-feira, 31 de março de 2011

Eyes wide shut de Stanley Kubrick

Você acredita em destino ?

Você acredita em Almas Gêmeas ?

Você confia no seu Companheiro(a) ?

Qual a diferença entre sexo e amor ?

Qual a diferença entre desejo e traição ?

Que seja eterno enquanto dure ?

Qual a diferença entre sonho e realidade ? E Como diferenciar um sonho da realidade ?

Será a vida um profundo sonho ?

Vivemos para satisfazer nossos desejos ?

Somos movidos por instintos sexuais ?

Interpretando Alice, temos a bela e talentosa Nicole Kidman, e interpretando Dr Bill Harford o não tão belo mais nem por isso menos talentoso Tom Cruise.


Alice: Por eu ser uma mulher bonita... a única razão pela qual os homens querem falar comigo é porque querem me comer. É isso que você está dizendo?

Dr Bill Harford: Bem, eu acho que a resposta não é tão simples assim, mas imagino que ambos sabemos como os homens são.

(...)

Alice: Milhões de anos de evolução, certo? Os homens precisam enfiar o deles em tudo quanto é lugar, mas, para as mulheres, só o que importa é a segurança, o compromisso e sei lá que porra mais!

Dr Bill Harford: Você simplificou bastante, Alice, mas é mais ou menos isso, sim.

Alice: Se vocês, homens, soubessem...

(...)

Alice: Mas você não é ciumento, certo?

Dr Bill Harford: Não, não sou!

Alice: Nunca sentiu ciúme de mim, certo?

Dr Bill Harford:Não, nunca.

Alice: E por que nunca sentiu ciúme de mim?!

Dr Bill Harford: Bem, não sei Alice! Talvez por você ser minha esposa. Talvez por você ser mãe da minha filha e porque sei que você nunca me trairia.

Alice: Você é muito, muito autoconfiante, não é?

Dr Bill Harford: Não. Eu confio em você.

[Alice tem uma crise de risos]

Alice: Você... se lembra do verão passado? (...) Bem..., eu já o tinha visto (o capitão) naquela manhã, no saguão. Ele estava chegando ao hotel e estava seguindo o mensageiro que levava a bagagem até o elevador. Ele olhou para mim de relance ao passar. Foi só um olhar. Nada mais. Mas eu mal consegui me mexer. Naquela tarde Helena foi ao cinema com uma amiga e eu fiz amor com você. Nós fizemos planos sobre o nosso futuro e falamos de Helena. Mesmo assim, em nenhum momento eu deixei de pensar nele.

E pensei que, se ele me quisesse, mesmo que fosse só por uma noite, eu estaria pronta a abandonar tudo. Você, Helena, todo o meu futuro. Tudo. No entanto, foi estranho, porque ao mesmo tempo você foi mais precioso para mim do que nunca. E, naquele momento, o meu amor por você era ao mesmo tempo terno e triste. Eu mal dormi naquela noite e acordei em pânico na manhã seguinte. Não sabia se tinha medo de que ele tivesse partido ou de que ele ainda estivesse lá. Mas, no jantar, percebi que ele tinha ido embora e fiquei aliviada.

De olhos bem fechados - Stanley Kubrick




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segunda-feira, 21 de março de 2011

Morte Nuclear

Morte Nuclear
Inocentes

O mundo está por um pavio
Tudo vai ser explodido
Há armas nucleares apontadas
Para todos os lugares
E nós somos o alvo
Não adianta você gritar
Não adianta você reclamar
Agora você tem é que se preparar
Para a morte nuclear


segunda-feira, 14 de março de 2011

O Homem na Estrada - Parte 2

O Homem Na Estrada

A 1ª parte da musica nos apresenta o local onde ocorrerá a historia da nossa personagem, ou seja, o homem na estrada, um recém saído do sistema carcerário que de volta a liberdade tenta recomeçar sua vida, em meio à mesma violência e miséria que foi criado e que consequentemente foi um dos fatores que o levou a ingressar no sistema carcerário Brasileiro.

Mano Brown nos ilustra a situação do local, um barraco equilibrado em um barranco (quase um trocadilho) pronto para desmoronar na 1ª chuva de verão, onde nem o IBGE quer voltar, onde temos casos constantes de violências bárbaras. (Como diz o GOG na musica ‘Brasília Periferia’: “Estupros assaltos fatos corriqueiros.”)

Como criar um filho dignamente num lugar comparável ao inferno?

É isso que a personagem se pergunta, perde até o sono por esse motivo, e lhe pesam a má reputação e sua ficha criminal, aqui percebemos que esse “homem na estrada” jamais terá novamente sua vida de volta.

Mano Brown continua a descrever-nos o local, em um dia quente, que não tem água (já é rotina) e nos mostra um dos grandes problemas das periferias, ou melhor, um dos grandes problemas do mundo, o álcool !!!

Essa droga que leva o cidadão a espancar a própria mãe, é apontada pelos Racionais como uma das fontes de mal que ali existem, e quem lucra com isso, são os mesmos que fazem campanha contra o tráfico e consumo de drogas nas comunidades.

As cenas daquele cotidiano continuam, com crianças nas ruas, tentando conseguir algum alimento, sem perspectiva de educação e um futuro melhor, aqueles que conseguem trabalhar e melhorar de vida, são vitimados pela violência do bairro, e correm riscos constantemente de assaltos, balas perdidas, etc.

Depois mano Brown nos fala sobre o crack, eu não vivi essa fase, mais imagino que nos primeiros anos dessa terrível droga no Brasil, ela tenha chegado de forma avassaladora, matando e viciando muita gente, que desconhecendo o potencial viciante e destrutivo do crack, tiveram suas vidas destruídas, e os traficantes lucraram e lucram com isso, ganhando dinheiro através do derramamento de sangue e lágrimas desses viciados e famílias, eles tem grande clientela, e pessoas influentes que patrocinam essas atrocidades.

A 2ª parte da musica nos leva a acontecimentos que culminariam de forma suspeita com a morte da personagem principal, ocorre uma onda de assaltos e os policias vão resolvem fazer buscas na favela (claro).

E nossa personagem com sua vasta ficha criminal, é um dos suspeitos das ondas de assaltos, claro, ele esta marcado, amaldiçoado, sujo, (“Como se fosse uma doença incurável, no seu braço a tatuagem, DVC, uma passagem, 157 na lei….”) com o peso de ser egresso do sistema carcerário, abandonado a própria sorte, muitas vezes, abandonados até pela família, e para sempre será considerado ex-presidiário.

Nossa personagem esta cercada, não tem a quem recorrer, a não ser a sua própria arma, que pouco poderá fazer contra o grupamento de homens “lá fora” armados e com sede de sangue, nossa personagem sabe que não vão pedir seu RG, não querem saber se ele tem envolvimento com os crimes recém cometidos, eles querem alguém, um bode expiatório para levar a mídia.
Quando morre um ex-presidiário, um negro, um cara pobre, um mendigo, ninguém quer saber o motivo, ninguém quer apurar a verdade, é só na reportagem dizer que o individuo tinha passagem pela policia, que o individuo morto, tinha cocaína no bolso, isso faz com o senso de culpa da sociedade seja ofuscado, mais não podemos nos limpar desse sangue, não podemos nos limpar de tanto sangue inocente que é derramado nesse país.
A musica termina da forma como a personagem “premeditou” (“Premeditando o final que já conhecem bem”) o barraco é invadido, o homem é fuzilado, seu corpo é “dispensado” em alguma estrada, ninguém sente pena, ou ninguém se interessa em saber a historia verdadeira, de um homem assassinado covardemente em sua casa (se é que se pode chamar de casa), a frase na manchete que faz nosso sentimento de culpa desaparecer é ……”A Vítima tinha vasta ficha criminal”.

Eu quero mandar um salve, a todas as periferias do Brasil, não importa sua cor, raça, religião, partido, opção sexual, ideologia, há alguma coisa que nos une acima da nacionalidade, regionalidade, língua ou credo........ é a POBREZA !

Boy Do Subterrãneo

O Homem na Estrada - Parte 1

O Homem Na Estrada
Racionais Mc's

Um homen na estrada recomeça sua vida.
Sua finalidade: a sua liberdade.
Que foi perdida, subtraída;
e quer provar a si mesmo que realmente mudou, que se recuperou e quer viver em paz, não olhar
para trás, dizer ao crime: nunca mais!
Pois sua infancia não foi um mar de rosas, não.
Na feben, lembranças dolorosas, então. Sim, ganhar dinheiro, ficar rico, enfim.
Muitos morreram sim, sonhando alto assim, me digam quem é feliz, quem não se desespera, vendo
nascer seu filho no berço da miséria.
Um lugar onde só tinham como atração, o bar, e o candomblé pra se tomar a benção.
Esse é o palco da história que por mim será contada.
...um homem na estrada.
Equilibrado num barranco incômodo, mal acabado e sujo, porém, seu único lar, seu bem e seu
refúgio.
Um cheiro horrível de esgoto no quintal, por cima ou por baixo, se chover será fatal.
Um pedaço do inferno, aqui é onde eu estou.
Até o IBGE passou aqui e nunca mais voltou. Numerou os barracos, fez uma pá de perguntas.
Logo depois esqueceram, filhos da puta!
Acharam uma mina morta e estuprada, deviam estar com muita raiva.
"Mano, quanta paulada!".
Estava irreconhecível, o rosto desfigurado.
Deu meia noite e o corpo ainda estava lá, coberto com lençol, ressecado pelo sol, jogado.
O IML estava só dez horas atrasado.
Sim, ganhar dinheiro, ficar rico, enfim, quero que meu filho nem se lembre daqui, tenha uma vida
segura.
Não quero que ele cresça com um "oitão" na cintura e uma "PT" na cabeça.
E o resto da madrugada sem dormir, ele pensa
o que fazer para sair dessa situação.
Desempregado então.
Com má reputação.
Viveu na detenção.
Ninguém confia não.
...e a vida desse homem para sempre foi danificada.
Um homem na estrada...
Um homem na estrada..
Amanhece mais um dia e tudo é exatamente igual.
Calor insuportável, 28 graus.
Faltou água, ja é rotina, monotonia, não tem prazo pra voltar, hã! já fazem cinco dias.
São dez horas, a rua está agitada, uma ambulância foi chamada com extrema urgência.
Loucura, violência exagerada. Estourou a própria mãe, estava embriagado.
Mas bem antes da ressaca ele foi julgado.
Arrastado pela rua o pobre do elemento, o inevitável linchamento, imaginem só!
Ele ficou bem feio, não tiveram dó.
Os ricos fazem campanha contra as drogas e falam sobre o poder destrutivo delas.
Por outro lado promovem e ganham muito dinheiro com o álcool que é vendido na favela.
Empapuçado ele sai, vai dar um rolê.
Não acredita no que vê, não daquela maneira,
crianças, gatos, cachorros disputam palmo a palmo seu café da manhã na lateral da feira,
Molecada sem futuro, eu já consigo ver, só vão na escola pra comer,
Apenas nada mais, como é que vão aprender sem incentivo de alguém, sem orgulho e sem respeito,
sem saúde e sem paz.
Um mano meu tava ganhando um dinheiro,
tinha comprado um carro,
até rolex tinha!
Foi fuzilado a queima roupa no colégio, abastecendo a playboyzada de farinha,
Ficou famoso, virou notícia, rendeu dinheiro aos jornais, hu!, cartaz à policia
Vinte anos de idade, alcançou os primeiros lugares... superstar do notícias populares!
Uma semana depois chegou o crack, gente rica por trás, diretoria.
Aqui, periferia, miséria de sobra.
Um salário por dia garante a mão-de-obra.
A clientela tem grana e compra bem, tudo em casa, costa quente de sócio.
A playboyzada muito louca até os ossos!
vender droga por aqui, grande negócio.
Sim, ganhar dinheiro ficar rico enfim,
Quero um futuro melhor, não quero morrer assim,
num necrotério qualquer, como indigente, sem nome e sem nada,
o homem na estrada.
Assaltos na redondeza levantaram suspeitas,
logo acusaram a favela para variar,
E o boato que corre é que esse homem está, com o seu nome lá na lista dos suspeitos,
pregada na parede do bar.
A noite chega e o clima estranho no ar,
e ele sem desconfiar de nada, vai dormir tranquilamente,
mas na calada caguentaram seus antecedentes,
como se fosse uma doença incurável, no seu braço a tatuagem, DVC, uma passagem , 157 na lei...
No seu lado não tem mais ninguém.
A Justiça Criminal é implacável.
Tiram sua liberdade, família e moral.
Mesmo longe do sistema carcerário, te chamarão para sempre de ex presidiário.
Não confio na polícia, raça do caralho.
Se eles me acham baleado na calçada, chutam minha cara e cospem em mim é..
eu sangraria até a morte...
Já era, um abraço!.
Por isso a minha segurança eu mesmo faço.
É madrugada, parece estar tudo normal.
Mas esse homem desperta, pressentindo o mal, muito cachorro latindo.
Ele acorda ouvindo barulho de carro e passos no quintal.
A vizinhança está calada e insegura, premeditando o final que já conhecem bem.
Na madrugada da favela não existem leis, talvez a lei do silêncio, a lei do cão talvez.
Vão invadir o seu barraco, "é a polícia"!
Vieram pra arregaçar, cheios de ódio e malícia, filhos da puta, comedores de carniça!
Já deram minha sentença e eu nem tava na "treta", não são poucos e já vieram muito loucos.
Matar na crocodilagem, não vão perder viagem, quinze caras lá fora, diversos calibres, e eu apenas
com uma "treze tiros" automática.
Sou eu mesmo e eu, meu deus e o meu orixá.
No primeiro barulho, eu vou atirar.
Se eles me pegam, meu filho fica sem ninguém, e o que eles querem: mais um "pretinho" na febem.
Sim, ganhar dinheiro ficar rico enfim, a gente sonha a vida inteira e só acorda no fim, minha verdade
foi outra, não dá mais tempo pra nada... bang! bang! bang!
Homem mulato aparentando entre vinte e cinco e trinta anos é encontrado morto na estrada do
M'Boi Mirim sem número.
Tudo indica ter sido acerto de contas entre quadrilhas rivais.
Segundo a polícia, a vitíma tinha "vasta ficha criminal."